06 março 2020

PELA 1ª VEZ NA HISTÓRIA PROFESSORES MUNICIPAIS DE CHAPADA DO NORTE MG PARALISAM SUAS ATIVIDADES E REIVINDICAM COLETIVAMENTE DIREITOS DA CLASSE


No fim de tarde do dia 21 de Fevereiro de 2020 os professores da Escola Municipal Nívea de Oliveira, do Pró Infância Semente Nova e um representante das escolas da zona rural chapadense se reuniram no prédio da escola da sede do município com o secretário municipal de educação o senhor Gleusso Machado para discutirem sobre o salário da classe que não recebe reajuste desde o ano de 2016. Presente na reunião como ouvinte o frei Paulo Gabriel fez a acolhida, rezou com os presentes e falou sobre a importância da união da classe nesta caminhada de fé e luta por direitos da classe.
Logo em seguida o secretário municipal de educação acolheu os presentes, realizou uma chamada usando a lista criada para convocar a reunião. Na sequencia o secretario falou sobre como costuma conduzir seu trabalho, ressaltou que mediante situação do município não poderia naquele momento falar concretamente de valores possíveis para reajuste salarial. E solicitou dos profissionais da educação presentes no encontro um prazo maior para reunir-se com o prefeito e representantes do financeiro para realizar um levantamento, mas reforçou a necessidade de haver cortes nos contratos e outros ajustes para readequação que cobriria a defasagem no salário dos professores da rede municipal.
Na oportunidade os professores fizeram questionamentos solicitando a descrição dos investimentos totalizando quatro milhões investidos na educação segundo o portal da transparência, questionaram a defasagem de materiais pedagógicos na educação, houve também questionamentos sobre o salário destinado ao supervisor que faz 40 horas semanais e recebe apenas R$1.400,00 e também sobre o terço de férias ainda não creditado em conta.   Após estudos realizados antes da reunião do dia 21/02 os professores chegaram a conclusão que o valor mínimo mensal corrigido em quatro anos seria de R$337,20. Diante as reivindicações dos professores o secretario de educação pediu um prazo maior para que pudesse dá uma resposta objetiva. E ficou decidido que o prazo seria após uma semana, no dia 28 de Fevereiro ás 14 horas e que caso não houvesse um acordo a classe iria paralisar suas atividades em protesto. O prefeito Diego Eustáquio Soares foi convidado para a reunião com os professores no dia 21/02, mas não compareceu. O secretário de educação solicitou a formação de uma comissão para um estudo financeiro após o feriado do Carnaval com o poder público e o setor financeiro. A comissão foi formada com representantes da Escola Municipal Nívea de Oliveira,  do Pró Infância Semente Nova e um representante da zona rural. Ao final do prazo concedido, o secretario municipal de educação apresentava problemas de saúde e o prefeito municipal estava em viagem; e os professores concordaram em adiar a data da resposta do poder público para a Segunda Feira dia 02 de Março.
Vencido o prazo do dia 02 de Março e sem nenhuma resposta, os professores da Nívea de Oliveira e do Pró Infância Semente Nova paralisaram as atividades após o dia de trabalho e logo em seguida soltaram uma nota comunicando á sociedade os motivos da paralisação.
Professores dos distritos de Santa Rita do Araçuaí, Cachoeira do Norte, São Sebastião da Boa Vista, Granjas do Norte, Vargem do Setúbal e de povoados rurais assim que tomaram conhecimento da paralisação da sede também aderiram ao movimento. Um segundo encontro entre professores foi realizado no salão do Sindicato dos Trabalhadores Rurais com a presença da advogada Aline Lourenço onde os professores discutiram ações jurídicas para o movimento.
Na Sexta Feira dia 06 de Março de 2020 os professores reuniram-se novamente no Centro Comunitário Pedro Del Fabro e a comissão apresentou o resultado do encontro no dia anterior com o secretario municipal de educação acompanhado de representantes do financeiro e advogados. Após toda explanação realizada pela comissão os professores decidiram retornar á sala de aula na Segunda Feira dia 09 de Março e dá um novo prazo de 30 dias para o poder público atender a reivindicação dos professores, uma vez que nenhuma resposta objetiva foi dada.
E caso a classe não seja atendida em suas reivindicações os professores planejam não mais uma paralisação, mas sim uma greve a partir do encerramento do novo prazo de 30 dias concedido, com expectativa de adesão muito maior da realizada na paralisação no mês de Março de 2020.

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